26°C 38°C
Canarana, MT
Publicidade

Réu na trama golpista, general diz ter ouvido “monólogo” de Bolsonaro

Estevam Teóphilo foi interrogado pelo STF como parte do núcleo 3

28/07/2025 às 18h26
Por: Redação Fonte: Agência Brasil
Compartilhe:
© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil/Arquivo
© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil/Arquivo

O general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira confirmou nesta segunda-feira (28) ter se reunido com o ex-presidente Jair Bolsonaro em dezembro de 2022, mas repetiu ter ouvido um desabafo do então mandatário, que se lamentou sobre o processo eleitoral no qual havia acabado de ser derrotado.

O militar foi interrogado como réu do núcleo 3 da trama golpista. Composto por dez réus, o grupo foi acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de praticar ações de campo em prol do golpe e de promover uma campanha para convencer o alto comando das Forças Armadas a aderir ao complô.

Teophilo aparece na denúncia da PGR em uma mensagem trocada entre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator da trama golpista, e o tenente-coronel Bernardo Romão Correa Neto.

Continua após a publicidade

No texto, Cid diz a Correa que o general “quer fazer, desde que o PR assine”. Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), isso mostra que Estevam Teóphilo teria se colocado à disposição para uma eventual tomada de poder, durante a reunião em que esteve no Palácio do Alvorada, em 9 de dezembro de 2022.

Assim como já havia feito em depoimento à Polícia Federal, Teóphilo negou qualquer envolvimento ou sequer proximidade com os demais envolvidos numa trama golpista. Ele disse que a reunião foi “um monólogo”, no qual buscou consolar o ex-presidente.

Continua após a publicidade

O general apontou para o depoimento do general Freire Gomes, comandante do Exército em dezembro de 2022, que disse como testemunha no processo ter ele mesmo ordenado Teóphilo a ir ao encontro do ex-presidente em seu lugar, pois havia sido convocado para uma reunião com Bolsonaro mas se encontrava fora de Brasília na ocasião.

Pela narrativa da PGR, foi a resistência de Freire Gomes em aderir ao complô um dos principais fatores para o fracasso da tentativa de golpe. Nesse sentido, “jamais o general Freire Gomes ia mandar alguém para conversar com ele [Bolsonaro] que quisesse acirrar os ânimos, ao contrário”, observou Teóphilo.

Continua após a publicidade

“Não me foi apresentado qualquer documento nem me foi proposto nenhuma coisa ilegal ou inconstitucional, de forma que eu pudesse aderir ou não, enfatizo isso aqui”, reiterou o general.

Dez réus

O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta segunda-feira (28) os interrogatórios do núcleo 3 da trama golpista, que é formado por nove militares e um policial federal.

O grupo é acusado de realizar ações de campo para consumar o golpe, colocando em marcha um plano para “neutralizar” adversários, e também de promoverem uma campanha para pressionar o alto comando das Forças Armadas a aderirem ao complô golpista.

Confira os réus que serão interrogados nesta segunda:

  • Bernardo Romão Correa Netto (coronel);
  • Estevam Theóphilo (general);
  • Fabrício Moreira de Bastos (coronel);
  • Hélio Ferreira (tenente-coronel);
  • Márcio Nunes De Resende Júnior (coronel);
  • Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel);
  • Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel);
  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel);
  • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel);
  • Wladimir Matos Soares (policial federal).
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Lenium - Criar site de notícias