Durante o Fórum para discutir a chegada da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), realizado nesta sexta-feira (27), em Água Boa (MT), o senador Wellington Fagundes (PL-MT), defendeu preparar a sociedade e os municípios para os impactos da nova malha ferroviária e reafirmou seu compromisso com o desenvolvimento regional sustentável. O evento reuniu lideranças políticas, empresariais e comunitárias para debater as oportunidades trazidas pelo projeto, que já tem 35% das obras concluídas. O trecho entre Mara Rosa (GO) e Água Boa, com 383 km de extensão, é a primeira ferrovia do Brasil construída por meio de investimento cruzado com a iniciativa privada.
Na ocasião, Fagundes ressaltou que a ferrovia é apenas uma etapa do processo de transformação da região e que é preciso garantir estrutura social e técnica para que os municípios estejam preparados para o crescimento acelerado. “A ferrovia, sozinha, não vai resolver tudo. Nós precisamos preparar a sociedade, formar os trabalhadores e garantir que a população aproveite esse boom do desenvolvimento. A população não pode só ver o trem passar”, afirmou o senador.
Entre os investimentos anunciados por Fagundes, está a construção da Escola Técnica Federal de Água Boa, com aporte de R$ 40 milhões, cujas obras já estão em andamento. Também foi confirmada a implantação de um Centro de Capacitação do Senar, voltado ao pequeno produtor rural, além da liberação de R$ 2,5 milhões para reforçar a infraestrutura de saúde do município.
“Já garantimos os recursos, que estão na conta da prefeitura, e seguimos atuando para que o crescimento da região ocorra de forma planejada e com justiça social. Também destinamos R$ 2 milhões para apoiar a realização da Estoval, que movimenta a economia e valoriza a cultura local”, destacou.
Como presidente da Frente Parlamentar de Logística e Infraestrutura (Frenlogi), o senador explicou o modelo inovador de financiamento da FICO, firmado ainda no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, por meio da renovação da concessão da Ferrovia de Carajás com a Vale. “A construção desse trecho da FICO não depende de governo A ou B. O dinheiro está garantido pela iniciativa privada, por meio de investimento cruzado. Isso dá segurança jurídica, continuidade às obras e estabilidade para o setor logístico”, explicou.
O parlamentar também defendeu a conclusão de obras complementares, como a BR-158 e a ponte de Luiz Alves, no Araguaia, essenciais para a integração viária da região. “A experiência que tivemos com a chegada da Ferrovia Norte em Alto Taquari mostrou que, sem planejamento, os municípios sofrem. Por isso estamos antecipando as ações. Desenvolvimento não se faz de um dia para o outro, nem se constrói sozinho. É trabalho de equipe e de governo”, concluiu.
A entrega da FICO está prevista para 2028. De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a nova ferrovia deve reduzir os custos logísticos em até 25%, além de gerar milhares de empregos diretos e indiretos, promovendo o escoamento eficiente da produção de grãos e minérios.
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